Apesar da proibição da boca de urna no dia das eleições, encontrei muitos, mas muitos papéis no chão no trajeto que eu fiz da minha casa até a escola em que eu voto.
Detalhe. Observem. Sublinhando: fui a pé votar, contagiada pela proposta do blog da Débra "São Paulo a Pé" (www.saopauloape.blogspot.com) . Foram uns vinte minutos para ir e mais vinte para voltar. Fácil, mas normalmente a tendência é pegar o carro.
Pois bem, fiz um caminho que atravessava o Parque Continental e cheguei no Jaguaré por um acesso mais alternativo, aquele menos usado pelos carros, aquele com áreas de mato por onde passa a rede elétrica com as enormes torres, aquele em que hoje se encontram construções bem simples e sem acabamento, as quais um dia foram um conjunto de barracos, mais conhecidos como favela. De todos os lugares, o mais poluído, o lugar que mais tinha lixo no chão, era esta pequena área com grama, a qual era cortada por uma trilha, uma passagem para pedestres. Tinha de tudo ali, inclusive dois barracos habitados.
O segundo lugar mais sujo, era num trecho, na rua, já no Jaguaré, onde estavam espalhados pelo chão centenas de papéis com nome, foto e número de um candidato. Vestígios sujos de uma campanha que insistiu até o último momento, da forma mais poluidora. Era estranho e engraçado o contraste: uma rua vazia, quase deserta, onde passavam só alguns carros e aqueles papéis todos servindo pra quê? Não de ve ter funcionado muito, mas funcionou para sujar mais a cidade do jeito mais cretino.
E pra completar, na porta da escola onde eu votei, outra centena de folhetos pelo chão, com a carinha da Marta e do Dinei.
Lembrando que era um carnaval nas ruas nos anos em que a boca de urna ainda era permitida, fico até feliz de ver que mudou pra melhor: menos papéis impressos e menos papéis no chão, prontos para entupir os boeiros.
Impressionante. Parece ser tão simples jogar lixo no lixo, no entanto não acontece...precisa-se de muito esforço para mudar a cabeça das pessoas. Mudar não, pôr no lugar. Um pouco de educação que nem ambiental chega a ser.
É a segunda área de mato, grama e árvores que vejo com muito lixo na chon aqui perto de casa. As duas se encontram próximas uma da outra e ambas se caracterizam como área de passagem de pedestres. Será que não tem nenhuma lixeira no caminho? Certo, e mesmo que não tenha, é muito didícil segurar, guardar no bolso da mala, até chegar no destino? Até mesmo porque o destino é quase sempre um lugar privado onde se encontra pelo menos uma lixeira.
Pense, repense, mude os seus hábitos. É pouca coisa. É fácil. E é uma merda continuar do jeito que está. As pessoas vão se acostumando e acomodando-se achando que é normal estar do jeito que está. Não é normal pegar ônibus extra lotado e ficar sendo esmagada e ser levada como um bando de gados. Não precisamos sofrer tanto no trânsito. Não devemos nos acostumar com estas pequenas tragédias do cotidiano. Temos que ser críticos, ativos e querer mudança.
Estou tentando ser o que estou pregando.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
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